Em uma conversa com um amigo ele me perguntou se somos livres para tomar decisões, se a nossa vida é resultado de nossas escolher ou se nossa vida é resultante de determinações sociais e biológicas. Disse a ele que depois de muitas discussões científicas, religiosas, filosóficas e principalmente de mesas de bar, chegamos a brilhante conclusão que somos determinados e autônomos, ou melhor nem uma coisa nem outra, somos alguma coisa que fica no meio dessas duas.
Como sei que esse tipo de resposta não satisfaz, continuei conversando com ele e disse que a pergunta que ele fez, apesar de nascer de um desejo dele, é determinada pela compreensão de mundo da sociedade que vivemos. _ Na pergunta você separa o “Eu” do meio, como se você pudesse “ser” sem o meio, sem os outros, sem o que não é você.
Somos pessoas, ser-em-relação, não somos sujeitos, nem mesmo indivíduos, ambos são sombras criadas pela modernidade que esconde quem somos. Somos relações. Nessas relações somos influenciados e influenciamos.
Somos parte de inúmeras relações, com uma imensidão de pessoas vivas e mortas, com grupos diversos, ideias e ideais. O filme Avatar retratou isso de forma brilhante, todos estamos ligados, interligados por conexões, algumas transcendentes.
_Você já se relacionou amorosamente com alguém? Em algum momento você perdeu essa pessoa? Se isso aconteceu você sabe muito bem do que eu estou falando.
Quando amamos alguém deixamos de ter essa ilusão do “EU” e passamos a ser algo que só é quando estamos juntos, Nós. O amor é a mais poderosa conexão das relações que vivemos. Quando amamos alguém é muito diferente de quando estamos acostumados a conviver com alguém, não é costume, não é interesse, não é conveniência. O amor nos arremessa em direção ao outro, e quando o amor é correspondido há o encontro que potencializa o ser. Duas pessoas que se gostam e estão acostumadas a estar juntas fazem as coisas melhores do que estando sós, porque dois é melhor do que um, mas quando a relação é mediada pelo amor, juntas elas podem ser-fazer o que 10 ou 30 pessoas seriam-fariam. O amor potencializa o ser. Três dias com a pessoa amada valem muito mais do que uma vida inteira de solidão.
Amar a vida é caminhar na direção dela e ser agente transformador, transformar, levar a vida a todos os espaços onde ela não está. As vezes essa certeza de que somos produtos do meio nos paralisa, por isso temos que saber que somos mais que isso, somos produtos mas também produtores. Você não tem ideia o que um grupo de pessoas bem informadas é capaz de fazer.
Na vida você tem apenas duas escolhas: Fazer parte do pequeno grupo de pessoas que fazem as coisas acontecer, ou apenas ir tomar uma cerveja com Zeca Pagodinho e deixar a vida te levar.
3 comentários:
Nas palavras de Belchior,
"Me interessa mais
Amar e mudar as coisas."
Sou um amante da vida!! Abraço !!!
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