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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Desejo, amor e posse

Errante, sem nada carregar, nem mesmo o medo de me perder.
Num mundo de barulhos e pressa, vi desejos.
Vi o mar... No mar da vida, todos nadam sedentos por novas propriedades.
Mas logo a nova propriedade, se tornará velha, e virá o enfado e novos desejos...
Desejamos aquilo que está fora do alcance das nossas mãos.
Não desejamos o que já está no bolso.
Já me pertence, já é meu... A ilusão da posse trapaceia.
Só desejamos possuir aquilo que ainda não temos.
Nietzsche perguntou, não respondeu. “Não será o amor uma ânsia por nova propriedade?”
Amor? ...ou posse? Amor e posse?
O amor carece de desejo, de paixão...
Se o outro não é nossa propriedade, pode continuar despertando desejo.
Se o outro não é propriedade, o outro é também sujeito.
O desejo faz o amor se transformar em árvore frondosa, a posse o transforma em mato seco.
Eu vi... um campo de mato seco, por lá ninguém desejava passar, nem mesmo aqueles que fizeram das árvores, mato..
Eu vi... o aconchego, os frutos e a sombra de uma bela árvore frondosa.
"Enquanto tiveres um desejo, terás uma razão para viver. A satisfação é a morte." Bernad Shaw