Chamaram-me para fazer uma palestra para jovens evangélicos com o tema: Você é ou parece ser? Gostaria da ajuda de vocês.
Confesso que estou com problemas.
Como descobrir quem realmente somos? Será que existe isso? Um ser eu? Olho para mim e vejo muitos eus? Dissimulação? Teatro? Duas caras? Não! muitas... Muitos rostos...
Estava conversando com uma nova amiga e meu tio, de quem tanto falo nesse blog, e eles me falavam justamente isso, somos muitos. Me lembraram de Fernando Pessoa, exemplo clássico sobre o tema. Ele escrevia como quatro pessoas totalmente distintas: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo reis e ele mesmo.
Estava conversando com uma nova amiga e meu tio, de quem tanto falo nesse blog, e eles me falavam justamente isso, somos muitos. Me lembraram de Fernando Pessoa, exemplo clássico sobre o tema. Ele escrevia como quatro pessoas totalmente distintas: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo reis e ele mesmo.
Então cheguei a primeira conclusão: Eu sou muitos, Nós somos...
O problema persiste. Mesmo sabendo que somos muitos precisamos conhecer estes rostos. Aí acredito que a questão não é saber quem somos, mas para onde estamos indo, ou até mesmo, pelo que lutamos.
Me diga pelo que você luta e eu direi quem é você. Somos as lutas que travamos. Me diga para onde você está indo. Quais são seus projetos? Seus sonhos? Quais as grandes Utopias que dão norte a sua vida? Nisso está meu segundo problema... Vou falar para jovens evangélicos, e a imensa maioria dos jovens evangélicos hoje se enquadram em dois perfis de espiritualidade: Os que são para a morte, e os individualistas, a grande maioria é uma mistura dessas duas coisas.
Ser para a morte é o tipo de espiritualidade que norteou o evangelicalismo brasileiro durante muitos anos. Essas frases retratam muito bem isso: _ Estamos aqui só de passagem, nossa pátria não é aqui, somos cidadãos dos céus. _ A razão de ser da igreja é salvar as almas do inferno e ganhá-las pra Jesus, não podemos perder tempo com outras coisas enquanto as almas estão morrendo sem Cristo.
Não adianta tentar convencer essa turma a se engajar em nenhum tipo de projeto de vida, porque o grande projeto deles está para depois da vida, para depois da morte, estão alienados da história.
O outro grupo é o grupo mais forte hoje, que é o que é influenciado pela teologia da prosperidade, os individualistas. As músicas que são cantadas nas igrejas evangélicas retratam bem isso: “Olha pra mim ...” “Eu quero de volta o que é meu...” “Eu prosperarei para a direita para a esquerda, para frente e para trás...” Eu... eu.... eu.... Os jovens chamam esse tipo de música extremamente egoístas e individualistas de músicas espirituais de adoração.
Aí está o problema... Como saber para onde estão indo, quem está vivendo para a morte, ou quem está apenas girando em torno de si mesmo???
Para descobrirmos quem somos, para penetrarmos fundo em nós mesmos, é necessário que haja liberdade. Isso é essencial. No momento em que percebemos que a liberdade é essencial nasce a revolta. Revolta contra as estruturas que nos aprisionam, contra este mundo feio, contra a ortodoxia, contra lideranças tanto políticas como religiosas. Jesus de Nazaré, Joana D'arc, Gandhi, Che Guevara, Luther King, são exemplos de pessoas que se revoltaram com os sistemas opressores de sua época e lutaram para subverte-los, porque eram pessoas de espírito livre.
Você é ou parece ser?
Você é um produto do meio, da nossa cultura, das nossas tradições?
Somos produto do que comemos do que lemos do que assistimos na TV, (Globo, agente não se vê por aqui), dos costumes dos nossos país, da sociedade.
Conversando com um amigo Muht, ele disse assim: _Acho que a individualidade só pode existir quando estamos plenamente cônscios deste ilusório movimento do meio ambiente e da tradição que nos escraviza a mente. Enquanto aceito as regras da tradição, de uma cultura em particular; enquanto carrego o peso das experiencias ( que são resultado do meu condicionamento). Não sou um indivíduo, sou apenas um produto.
Somos produto do que comemos do que lemos do que assistimos na TV, (Globo, agente não se vê por aqui), dos costumes dos nossos país, da sociedade.
Conversando com um amigo Muht, ele disse assim: _Acho que a individualidade só pode existir quando estamos plenamente cônscios deste ilusório movimento do meio ambiente e da tradição que nos escraviza a mente. Enquanto aceito as regras da tradição, de uma cultura em particular; enquanto carrego o peso das experiencias ( que são resultado do meu condicionamento). Não sou um indivíduo, sou apenas um produto.