Tarde escura de outono triste, fria.
O sol gelado, coberto pelas nuvens, não percebe o olhar distante da menina sentada na calçada.
Órfã, pés descalços sem camisa, cabelo desarrumado e sujo.
A menina olha triste para o céu e ora:
Deus perdoa-me! Haverá Deus para mim?
Exala o mau cheiro da alegria, que já pútrida faz chorar o palhaço que anuncia sua morte.
A rosa murcha agoniza no madeiro do caixão sem vida e sem cor, não mais florescerá.
Eu nasci em pecado e em pecado fui concebida. Haverá Deus?
As lágrimas não caem e não param de cair... a tristeza perpétua que acompanha todos, teve medo daquela triste agonia e deixou a menina só, em seu buraco escuro e úmido...
Perdoa-me Deus! Sinto o vazio! És tu?
No outono, na pior das estações, onde não há esperança, só a espera do tênue inverno, as multidões em círculo perambulam em sua volta, apontam para a triste menina.
Deus perdoa-me meu cadáver que plantei no ano passado em seu jardim não brotou.
Haverá? Deuus!?
Um comentário:
Essa postagem é de fato trsite, demasiadamente triste.
Mas é tão linda, sua lírica, poética, tudo!
Leva a mais profunda reflexão e eu amei a forma sensível com q vc dirigiu as palavras!
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